Apostolado da Oração se reúne em São Paulo

Redação com O SÃO PAULO

Com fitas vermelhas e disposição para troca de experiências e partilha de espiritualidade, 250 associados do Apostolado da Oração participaram no sábado, 21, na sede da Edições Loyola, na zona sul de São Paulo, do 6º Encontro Nacional da associação de direito pontifício, que há mais de 140 anos atua no Brasil, a serviço das dioceses e paróquias.
À luz do lema do encontro, “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e vos aliviarei (Mt 11,28)”, os participantes refletiram sobre como aperfeiçoar a atuação do Apostolado no serviço à Igreja e na solidariedade aos mais fragilizados, a partir dos quatro pilares da associação: oferecimento da própria vida com Cristo na Eucaristia; oração; Igreja em comunhão com o papa; e missão de levar adiante o culto e devoção ao coração de Cristo.
Padre Otmar Jacob Schwengber, secretário nacional do Apostolado da Oração, enfatizou que o “coração do mundo está em pedaços” e que os associados podem ajudar a “costurá-lo”, mas que isso deve ser feito com uma linguagem atualizada, mas que não perca a centralidade de que “no Apostolado, é Cristo que deve aparecer”. Ele também ressaltou a necessidade de valorização da oração pessoal pela manhã, para oferecimento do dia; durante o dia, para permanecer com Jesus; e à noite, como agradecimento e exame de consciência.
“O integrante do Apostolado da Oração é alguém dos tempos de hoje, portanto, aberto para mudanças que continuamente acontecem, mas alguém que tem o perfil de um coração muito bom, um coração segundo o coração de Jesus”, explicou o padre ao O SÃO PAULO. 
O secretário nacional comentou ainda que o Apostolado tem se preocupado com o ingresso de crianças e jovens, por meio do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ). Em janeiro deste ano, foi realizada a primeira reunião com os coordenadores nacionais do MEJ e em setembro, 20 representantes participarão do 1º Encontro Mundial do MEJ, em Buenos Aires, na Argentina.
Coordenadores diocesanos ouvidos pela reportagem confirmaram a preocupação da associação em atrair crianças e jovens. “O MEJ está implantando em algumas paróquias nas regiões. Estamos conversando com as catequistas que já são do Apostolado da Oração para atrair os jovens”, comentou Ana Lúcia Contarelli, coordenadora na Arquidiocese de São Paulo. “A proposta da nova coordenação diocesana é implantar o MEJ em todos os centros do Apostolado da Oração. Para trazer o jovem é preciso trabalhar a pastoral de conjunto, ir à Catequese, à Crisma, à Perseverança, convidá-los para vir fazer uma experiência conosco”, avaliou Sônia Maria Gonçalves, coordenadora na Diocese de Nova Iguaçu (RJ).
Padre Roque Schneider, que por 28 anos foi o secretário nacional da associação, também enfatizou a necessidade de que seja motivada a presença dos jovens no Apostolado. “A gente tem que respeitar o ritmo do pessoal veterano, mas a pedagogia para trazer jovens depende um pouco da diretoria do Apostolado, do pároco, de todos. Quando a gente atinge o coração do jovem, ele abraça a causa. E hoje estamos vendo os jovens procurando algo a mais do que o tóxico, a televisão e o computador; procuram alguma coisa mais profunda que dê sentido à sua vida”, comentou à reportagem, apontando que mesmo diante da depreciação dos valores espirituais na sociedade atual, a prática da oração persiste.
“Neste mundo violento, desnorteado, com milhões de seres humanos com coração vazio, porque não têm valores espirituais, a oração persevera, continua, milhões de famílias rezam”, enfatizou

Texto: Daniel Gomes